▴
Alegoria da globalização
João Miguel Barros
Alegoria da globalização
João Miguel Barros
Alegoria da globalização
“É melhor acender uma vela
do que amaldiçoar a escuridão.” Provérbio Chinês 1. O fogo é um dos elementos centrais da cultura chinesa. E foi o fogo a força inspiracional para a construção desta instalação fotográfica, onde o movimento e a fluidez que a chama ocupa nas imagens serve de alegoria para representar os recuos e avanços da globalização. A globalização é uma inultrapassável criação dos tempos modernos, que se move em ciclos e que, como as ondas do fogo, e o calor da sua chama, não deixa ninguém indiferente.
2. Nas manifestações artísticas, as representações simbólicas têm tanto ou mais significado do que teriam se o tema fosse expresso de forma realista ou documental. As quatro imagens deste projecto vão, pois, muito além do que mostram, e carregam um intencional significado simbólico. Enquanto objecto são aparentemente semelhantes, por representarem um pavio a arder, e uma chama que o consome. Mas, enquanto símbolo, são naturalmente diferentes, porque cada uma dessas imagens revela o movimento sequencial do fogo que, movido por uma personalidade própria, recua e avança, à semelhança do que acontece com a globalização. 3. As quatro imagens juntas, formando um todo, têm a virtualidade de nos mostrar que o caminho não é unívoco, não é uniforme, não é fácil, mas é inevitável, o que se evidencia no facto de a chama permanecer acesa. O fenómeno da globalização é irreversível, mesmo quando ele é sentido, em cada momento histórico, em gradações diferentes, tal como acontece com o fogo deste projeto, que começa com uma chama titubeante e de menor intensidade na primeira imagem (do canto superior esquerdo), mas que se vai projectando em vigor crescente até à última imagem do conjunto (no canto inferior direito). Em síntese, o fogo e a globalização numa paridade única e polarizadora. Allegory of globalisation
‘It is better to light a candle
than to curse the darkness.’ Chinese proverb 1. Fire is one of the central elements of Chinese culture. And it was fire which inspired the construction of this photographic installation, where the movement and fluidity of the flame in the images serves as an allegory to represent the retreats and advances of globalisation. Globalisation is an insurmountable creation of modern times, which moves in cycles and which, like the waves of fire, and the heat of its flames, affects everybody. 2. Symbolic representation gives artistic manifestations as much or more meaning than they would have if the theme were expressed in a realist or documentary way. The four images in this project therefore go beyond what they show; they carry an intentional symbolic meaning. As objects they are apparently similar, because they all depict a wick burning, and a flame which consumes it. But as symbols they are naturally different, because each of these images reveals the sequential movement of the fire which, with a life of its own, retreats and advances, just like globalisation. 3. Seen together, as a whole, the four images essentially show us that the path is not straightforward, not uniform, not easy, but is inevitable, illustrated by the flame staying alight. The phenomenon of globalisation is irreversible, even when it is felt, in each historical moment, to varying degrees, just like the fire in this project, which begins as a flickering flame of low intensity in the first image (in the top left-hand corner), but which grows in strength by the time it reaches the last image in the group (in the bottom right-hand corner). In short, fire and globalisation as a unique and polarising parity. |
NOTA BIOGRÁFICA
João Miguel Barros nasceu em 1958, em Lisboa, Portugal. É Advogado de profissão, em Lisboa e Macau.
Foi co-diretor da revista SEMA, publicação de letras e artes visuais publicada em Lisboa entre 1979 e 1982.
Começou a expor seu trabalho fotográfico em 2017.
Exposições individuais: “Creative Macau”, Macau (2017), “Museu Colecção Berardo”, Lisboa, (2018), “Centro de Arte Contemporânea de Macau”, Macau (2019), Albergue SCM (2019) e Fundação Rui Cunha, Macau (2020) ). Participou em diversas exposições colectivas.
Publicou três livros de fotografia.
Ganhou diversos prémios de fotografia e de arte a nível internacional (https://www.jmb.photo/brief-cv-awards/). O projecto “Alegoria da Globalização” foi um dos escolhidos para representar Macau na Bienal Internacional de Arte de Macau.
Em Dezembro de 2020, a Photo London Academy publicou uma revista online dedicada ao seu trabalho (https://photolondon.org/academy/magazine/).
Actualmente publica a “Zine Photo” (www.zine.photo) com seu próprio trabalho.
João Miguel Barros é curador independente em fotografia contemporânea. O seu trabalho curatorial a partir da obra de dois artistas chineses, Ung Vai Meng e Chan Hin Io, foi o seleccionado, em concurso público aberto, para representar Macau na Bienal Internacional de Arte de Veneza de 2022 (https://www.gov.mo/pt/noticias/563042/).
Actualmente está a criar em Lisboa um Centro de Fotografia Contemporânea, denominado “Ochre Space” (www.ochrespace.com), que abrirá no final do ano com uma galeria de arte, uma editora e uma livraria.
Foi co-diretor da revista SEMA, publicação de letras e artes visuais publicada em Lisboa entre 1979 e 1982.
Começou a expor seu trabalho fotográfico em 2017.
Exposições individuais: “Creative Macau”, Macau (2017), “Museu Colecção Berardo”, Lisboa, (2018), “Centro de Arte Contemporânea de Macau”, Macau (2019), Albergue SCM (2019) e Fundação Rui Cunha, Macau (2020) ). Participou em diversas exposições colectivas.
Publicou três livros de fotografia.
Ganhou diversos prémios de fotografia e de arte a nível internacional (https://www.jmb.photo/brief-cv-awards/). O projecto “Alegoria da Globalização” foi um dos escolhidos para representar Macau na Bienal Internacional de Arte de Macau.
Em Dezembro de 2020, a Photo London Academy publicou uma revista online dedicada ao seu trabalho (https://photolondon.org/academy/magazine/).
Actualmente publica a “Zine Photo” (www.zine.photo) com seu próprio trabalho.
João Miguel Barros é curador independente em fotografia contemporânea. O seu trabalho curatorial a partir da obra de dois artistas chineses, Ung Vai Meng e Chan Hin Io, foi o seleccionado, em concurso público aberto, para representar Macau na Bienal Internacional de Arte de Veneza de 2022 (https://www.gov.mo/pt/noticias/563042/).
Actualmente está a criar em Lisboa um Centro de Fotografia Contemporânea, denominado “Ochre Space” (www.ochrespace.com), que abrirá no final do ano com uma galeria de arte, uma editora e uma livraria.