Auto-retrato de um artista já não tão jovem em tempos de crise
João Miguel Barros
João Miguel Barros
Esta fotografia foi uma das vencedoras na categoria “Foto Única” do Fotofestival Lenzburg 2020,
https://www.fotofestivallenzburg.ch/en/times-under-pressure-exhibition-of-the-competition-pictures-category-single-picture
Ganhou ainda uma Menção Honrosa no MIFA 2020, Moscow International Foto Awards,
https://www.moscowfotoawards.com/winners/hm/2020/10-24618-20
https://www.fotofestivallenzburg.ch/en/times-under-pressure-exhibition-of-the-competition-pictures-category-single-picture
Ganhou ainda uma Menção Honrosa no MIFA 2020, Moscow International Foto Awards,
https://www.moscowfotoawards.com/winners/hm/2020/10-24618-20
Em finais de Janeiro irrompia a Oriente, com ferocidade, uma ameaça que se veio a revelar tremenda: um novo vírus que atormentou as rotinas, colocou em causa comportamentos e reequacionou o modo de olhar o futuro enquanto desígnio individual e colectivo.
A imagem foi feita no início de Fevereiro e é o testemunho do artista, já não tão jovem, a sentir a tormenta na cidade chinesa de Macau, num momento em que já era perturbadoramente espessa e negra a neblina a instalar-se. Numa altura em que, a Ocidente, se olhava com indiferença a peste oriental como sendo maleita de gentes de outro planeta. A imagem acabou por se revelar premonitória de um presente comum, que nos forçou a tomar consciência de que a humanidade enfrenta um perigo real, cego nos percursos da infecção, eficaz no aniquilamento e estupidamente democrático nos seus efeitos nefastos, anunciando um futuro próximo cheio de alçapões e de profundas incertezas. Um futuro onde, quem sabe, os sorrisos passarão a ser proibidos!... |
NOTA BIOGRÁFICA
João Miguel Barros nasceu em 1958 em Lisboa, Portugal.
É Advogado de profissão, em Macau e em Lisboa. Foi co-Director da SEMA, revista cultural e de artes visuais, que se publicou em Lisboa entre 1979 e 1982. Em 2017 começou a expor e a publicar os seus trabalhos fotográficos de forma sistemática, com exposições individuais na “Creative Macau – Centro para as Indústrias Criativas”, RAEM (Fevereiro 2017), no Museu Berardo, Centro Cultural de Belém, Lisboa, Portugal (entre Fevereiro e Agosto de 2018), no “Centro de Arte Contemporânea de Macau – Oficinas Navais nº 1”, Instituto Cultural do Governo da RAEM (entre Abril e Junho de 2019), no Albergue SCM, Macau (Julho de 2019) e na Fundação Rui Cunha, Macau, (19 a 31 de maio de 2020). Participou em várias exposições colectivas. O seu trabalho tem vindo a rer reconhecido em vários prémios internacionais de fotografia. Publicou três livros de fotografia: “Between Gaze and Hallucination” (publicação de autor) em 2017, “Photo-Metragens – 14 pequenas estórias” (editado pelo Museu Berardo) em 2018 e “Photo-Metragens” (editado pelo Instituto Cultural do Governo da RAEM). No início de 2020 começou a publicar a revista Zine.Photo (www.zine.photo) incluindo os seus próprios projectos documentais. João Miguel Barros é, ainda, curador freelancer na área da fotografia contemporânea, tendo promovido a realização de exposições em Portugal, nomeadamente de artistas chineses, e está a desenvolver vários outros projectos nessa área. [email protected] |